"A mente que se abre a uma nova idéia jamais voltará ao seu tamanho original." Albert Einstein

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Química: iniciação às atividades científicas


A Química é a ciência que estuda os materiais que constituem a natureza, sua composição e preparação, as transformações que sofrem, as energias envolvidas nos processos e a produção de novos materiais.

A Química está presente em todas as atividades da humanidade. Muitas vezes informações imprecisas, como “este alimento não contém química”, ou alarmistas, como “a energia nuclear mata”, levam o homem a ter uma visão distorcida da Química. É necessário, portanto, fazer uma análise dos benefícios e malefícios que essa ciência traz.

É impossível imaginarmos um mundo privado de combustíveis, medicamentos, fertilizantes, pigmentos, alimentos, plásticos, enfim, produtos fabricados em indústrias químicas.

Os problemas que podem surgir dependem da forma de produção e aplicação desses produtos, e o homem,como articulador, deve estar consciente de seus atos. Vamos então buscar conhecimentos na Química e exercitar o pensar para o melhor aproveitamento dessas informações.

Do livro: Química Fundamental (Teruko Y. Utimura & Maria Linguanoto)

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Educação em Química


A educação está na pauta das discussões mundiais. Em diferentes lugares do mundo discute-se cada vez mais o papel essencial que ela desempenha no desenvolvimento das pessoas e da sociedade.

Geralmente a Química é uma disciplina que não desperta o interesse dos jovens. A maneira como, geralmente, a Química é abordada nas escolas, muitas vezes, contribui para a difusão de concepções distorcidas dessa ciência. Conceitos apresentados de forma inteiramente teórica fazem com que se tornem entediantes e difíceis de serem memorizados e que não se relacionam com o cotidiano.

Que os alunos não se interessam pela Química já não é mais novidade, diante disso, cabe aos educadores dessa disciplina encontrar uma forma de transformarem essa visão. A Química pode ser um instrumento da formação humana que amplia os horizontes culturais e a autonomia no exercício da cidadania, se o conhecimento químico for promovido como um dos meios de interpretar o mundo e intervir na realidade, se for apresentado como ciência, com seus conceitos, métodos e linguagens próprios, e como construção histórica, relacionada ao desenvolvimento tecnológico e aos muitos aspectos da vida em sociedade.

Não devemos falar em ensino de Química, mas de buscarmos a prática de uma Educação em Química. Existe uma diferença entre essas duas formas de abordar o processo ensino-aprendizagem em Química. O aprendizado de Química no ensino médio deve possibilitar ao aluno a compreensão tanto dos processos químicos em si, quanto da construção de um conhecimento científico em estreita relação com as aplicações tecnológicas e suas implicações ambientais, sociais, políticas e econômicas.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio abordam a expansão exponencial do ensino médio brasileiro como uma razão pela qual esse nível de escolarização demanda transformações de qualidade, para se adequar à promoção humana de seu público atual, diferente daquele de há trinta anos, quando suas antigas diretrizes foram elaboradas. A idéia central expressa na nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, e que orienta a transformação, estabelece o ensino médio como etapa conclusiva da educação básica de toda a população estudantil – e não mais somente uma preparação para outra etapa escolar ou para o exercício profissional. Isso desafia a comunidade educacional a pôr em prática propostas que superem as limitações do antigo ensino médio, organizado em duas principais tradições formativas, a pré-universitária e a profissionalizante.
Num mundo como o atual, de tão rápidas transformações e de tão difíceis contradições, estar formado para a vida significa mais do que reproduzir dados, denominar classificações ou identificar símbolos. Significa:

• Saber se informar, comunicar-se, argumentar, compreender e agir;
• Enfrentar problemas de diferentes naturezas;
• Participar socialmente, de forma prática e solidária;
• Ser capaz de elaborar críticas ou propostas; e,
• Especialmente, adquirir uma atitude de permanente aprendizado.

Os objetivos da nova educação pretendida são certamente mais amplos do que os do velho projeto pedagógico. Antes se desejava transmitir conhecimentos disciplinares padronizados, na forma de informações e procedimentos estanques; agora se deseja promover competências gerais, que articulem conhecimentos, sejam estes disciplinares ou não. Essas competências dependem da compreensão de processos e do desenvolvimento de linguagens, a cargo das disciplinas que, por sua vez, devem ser tratadas como campos dinâmicos de conhecimento e de interesses, e não como listas de saberes oficiais.

Deve-se relacionar as competências a um número grande de habilidades. Pode-se, de forma geral, conceber cada competência como um feixe ou uma articulação coerente de habilidades. Tomando-as nessa perspectiva, observa-se que a relação entre umas e outras não é de hierarquia. Também não se trata de gradação, o que implicaria considerar habilidade como uma competência menor. Trata-se mais exatamente de abrangência, o que significa ver habilidade como uma competência específica. Como metáfora, poder-se-ia comparar competências e habilidades com as mãos e os dedos: as primeiras só fazem sentido quando associadas às últimas.

Pode-se complementar as idéias propostas pelos PCNs, apontando que o estudante aprende quando consegue associar um novo conhecimento àqueles que ele já domina e usa para resolver as situações com que se defronta no cotidiano. A adoção de um novo conceito, em oposição ou complementação ao conceito anterior, não é um processo imediato e muitas vezes passa pelo conflito de querer manter, ou combinar, seus saberes antigos com o novo. Nesse processo é muito importante a utilização, no sentido de “teste” de ambos conceitos para a resolução de problemas.

Referências bibliográficas:

ARROIO, Agnaldo, et al. O show da Química: motivando o interesse científico. Química Nova, vol. 29, Nº. 1, 173-178, 2006.
CHASSOT, Attico. Alfabetização científica questões e desafios para a educação. 4 ed. Ijuí: Editora Unijuí, 2006.
CHASSOT, Attico. Para que (m) é útil o ensino? 2 ed. Canoas: Editora Ulbra, 2004.
Parâmetros curriculares nacionais: Ensino Médio – Ciências da Natureza, Matemática e suas tecnologias. Brasília: MEC/SEF, 2007.